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FELIPE FORTUNA MERGULHA NO PREPARO DO CLÁSSICO INGLÊS BRIGGFLATTS

Munido de grande disposição para pesquisar, Fortuna decidiu trazer para o português os versos considerados os mais importantes do modernismo britânico

Nahima Maciel


O poeta, diplomata, tradutor e crítico Felipe Fortuna

Felipe Fortuna estava em busca de um grande poema moderno ainda desconhecido no Brasil, algo nunca antes traduzido. Chegou em Briggflatts, do poeta britânico Basil Bunting , inédito no rol de modernos de língua inglesa traduzidos por aqui. Munido de grande disposição para pesquisar, Fortuna decidiu trazer para o português os versos considerados os mais importantes do modernismo britânico. “Ele é o único modernista britânico. O movimento modernista de língua inglesa foi liderado por Ezra Pound e T.S. Eliot, e o Bunting era desse grupo, mas era o único britânico”, explica o também poeta e tradutor.

Publicado em 1966, Briggflatts é um épico inspirado na própria vida do poeta, uma espécie de revisão e retratação de Bunting para com momentos de sua própria trajetória. Fortuna compara a obra à Divina comédia, na qual Dante desce às profundezas do inferno em busca de Beatriz. Em Briggflatts, Bunting imagina como teria sido a própria vida caso tivesse seguido ao lado da moça pela qual se apaixonou aos 14 anos de idade. Ao imaginar, o poeta quase se arrepende dos caminhos escolhidos.


Quakers

Natural de Nortuhmberland, o último condado ao norte da Inglaterra, na fronteira com a Escócia, o poeta moderno cresceu em uma sociedade pioneira na religião quaker, um braço do protestantismo que pretendia resgatar a prática original do cristianismo. O nome do poema vem da Brigflatts Meeting House, um ponto de encontro de quakers em condado vizinho ao qual o poeta nasceu. Nos arredores dessa casa, ele teria conhecido a moça com a qual fantasia uma história não vivida.

Bunting se tornou um viajante. Depois de deixar o norte, trabalhou como jornalista e chegou a ser espião da coroa britânica na Pérsia, emigrou para os Estados Unidos, se casou e teve filhos. No entanto, nunca abandonou o caráter moldado na convivência com a comunidade religiosa. “Ele pertence a isso. Ele tinha uma autodisciplina, um comportamento ético muito elevado e isso se reflete na poesia dele”, avisa Fortuna.

Adepto de certo hermetismo e atento à oralidade, o britânico fazia poesia mais para ser recitada do que lida. Traduzir essa intenção foi uma das maiores dificuldades de Fortuna. “A segunda dificuldade é que ele traz muitas palavras regionais. Ele tinha uma visão de que o inglês teria sido deturpado ao longo do tempo, e que o norte da Inglaterra teria mantido certas tradições linguísticas”, conta o tradutor.


Basil Bunting (Inglaterra, 1900 - 1985)

Como você descreveria a poesia de Basil Bunting?

FF – É uma poesia muito influenciada por Ezra Pound, por uma espécie de redução das metáforas, um estilo muito ágil, nervoso, totalmente contrário a perfumar a flor. Ele não se deixa levar por metáforas fáceis, imagens simples; é muito direto, objetivo. Faz parte de um movimento que houve na poesia inglesa, chamado objetivismo, justamente com a intenção de tratar o tema na sua essência, sem metaforizar exageradamente. Ele também tem grande tendência a trazer outros ritmos e influências de literaturas exóticas; existe na poesia de Bunting uma forte influência da literatura persa, ele traduziu muitos livros persas. Há muita alusão à mitologia, muita informação que entrelaça o histórico ao pessoal.

Como você chegou a Bunting?

FF – Não era um poeta evidente, tão conhecido assim. Em determinado momento, me perguntei          quais são os grandes poemas da literatura mundial considerados importantes pelos críticos, pelos poetas. E de todos eles o único nome que não havia sido traduzido para o português era Basil Bunting. Em muitas línguas as pessoas consideram Briggflatts um dos 100 poemas mais importantes do século XX. Então fui buscar informações e acabei gostando muito do que li. São 717 versos. Nas memórias ele diz que escreveu 20 mil, mas aí existe um processo de redução que é também uma técnica muito utilizada por Pound. É um poema com alta concentração de ritmos, de eventos.

 

Publicado no Correio Braziliense em 04 de agosto de 2016.

 

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