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A POESIA ESSENCIAL DE BUNTING

Marina Della Valle


"Briggflatts" teve tradução do poeta Felipe
Fortuna, que elaborou prefácio e apêndice
É um daqueles casos tão comuns: um autor estrangeiro de importância indiscutível ainda pouco conhecido no Brasil. Assim, a primeira publicação de "Briggflatts", do modernista inglês Basil Bunting (19001985), no país, 50 anos após ser lançado, em 1966, é algo digno de celebração: o leitor brasileiro é finalmente apresentado à obra mais significativa de um poeta que arrebanhou uma série de admiradores, de Ezra Pound (1885-1972) a Allen Ginsberg (1926-1997).

Além da tradução do poema, que vem acompanhado do original, e de notas sobre seu trabalho, o poeta e tradutor Felipe Fortuna elaborou o prefácio e preparou um apêndice com textos de Bunting sobre "Briggflatts", incluindo uma longa entrevista do poeta para a revista "Agenda", além de uma cronologia de sua vida. A apresentação é assinada pelo poeta, tradutor e crítico Nelson Ascher também tradutor de Bunting: publicou três poemas em "Poesia Alheia", de 1998 (Imago).

O aparato editorial é importante para a melhor compreensão desta obra singular. Em seus mais de 700 versos, "Briggflatts" condensa uma gama de referências e significados que exige leitura atenta e pesquisa, a começar pelo próprio nome, que se refere à casa de encontros "quaker", religião na qual foi criado, na região da Cúmbria, na Inglaterra, e ao local onde conheceu seu primeiro amor, a irmã de um amigo, Peggy Greenbank, para quem o poema é dedicado.

Outra presença intrínseca é sua Nortúmbria natal, que emerge tanto em referências geográficas e históricas (como Eric Blooodaxe, rei "viking" que dominou a região) quanto na linguagem, como o uso do termo local "spuggy", pardal as notas de Bunting para o poema terminam por levar o leitor à questão muito britânica da pronúncia de "scone", o pãozinho característico do tradicional chá da tarde. O som, aliás, é essencial: Bunting considerava este o elemento fundamental da poesia.

"Briggflatts", cujo subtítulo é "Uma Autobiografia", é inspirado em uma vida não menos singular. Durante a Primeira Guerra Mundial (19141918), recusou-se a combater por motivos religiosos e é preso. Na Segunda Guerra (19391945), tudo muda de figura ele se alistou na Força Aérea Real e, em 1942, como intérprete, foi pela primeira vez para o Irã, onde passou muitos anos, tornando-se vice-cônsul e depois chefe da inteligência política na embaixada de Teerã.

Antes disso, viajou para vários países e tornou-se amigo de Ezra Pound, com quem passou posteriormente períodos na Itália. Ao lado de Louis Zukofsky (1904-1978), entre outros, ligou-se ao objetivismo. Após períodos de penúria e anos sem publicar, terminou por consagrar-se com a publicação de "Briggflatts", já sexagenário. O leitor brasileiro então começa a conhecer Bunting exatamente pela obra que finalmente deu a ele o reconhecimento do grande público.

Publicado no jornal Valor Econômico em 4 de novembro de 2016.

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