DOIS MEGAPOETAS NORDESTINOS, DUAS GRANDES VOZES QUE SE CALAM
Marcus Accioly (21/01/1943 a 21/10/2017)
Marcus Accioly foi um importantíssimo nome da poesia regional contemporânea e publicou cerca de 15 livros, entre compilados de poemas, literatura infantil e cordel. Natural de Aliança, na Mata Norte de Pernambuco, era uma das maiores figuras da literatura no estado e no Nordeste. No governo Itamar Franco, foi secretário executivo do Ministério da Cultura sob a chefia do ministro Antonio Houaiss, tendo assumido várias vezes o cargo em ocasiões de ausência do ministro. Accioly era bacharel em Direito e publicou seu primeiro livro, “Cancioneiro”, em 1968. Em 1972, recebeu o Prêmio Recife de Humanidades por sua segunda obra, “Nordestinados”, lançada em 1971. Oito anos depois, conquistou o Prêmio Fernando Chinaglia, da União Brasileira de Escritores, pelo livro “Guriatã”, que também recebeu a Láurea Altamente Recomendável para o Jovem, concedida pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Já “Narciso”, publicado em 1984, lhe rendeu o Prêmio de Poesia da Associação Paulista dos Críticos de Artes e o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras. Em 2001, publicou pela TOPBOOKS (em parceria com a Biblioteca Nacional) um livro que lhe consumiu 20 anos de trabalho: “Latinomérica”, poema épico que canta uma América maior, singular e plural, ligada à África e à Atlântida, onde mitos e monstros, heróis e anti-heróis se confrontam, compondo um vasto painel do continente.
Pedro Lyra (28/02/1945 a 23/10/2017)
Poeta, ensaísta e crítico literário, além de respeitado professor universitário, o cearense Pedro Lyra morreu aos 72 anos e deixou cerca de 20 títulos nessas três áreas. De sua poesia, a TOPBOOKS editou, em 1999, o aplaudido “Jogo – Um delírio erótico-metafisico-econômico, ou uma aventura em versifrases”, profunda meditação sobre a condição humana, na medida em que o jogo se equipara tanto à poesia quanto à própria vida, resultando em crítica feroz ao liberalismo do mundo globalizado. Um ano antes fora lançado, pela mesma editora, a antologia (com fortuna crítica) “Visão do ser”, o melhor da poesia desse autor qualificado pela italiana Luciana Stegagno Picchio, em sua “Storia della Letteratura Brasiliana”, como “poeta de sabedoria clássica, de inspiração social e política, mas também poeta do amor”. Contudo, o primeiro livro de Lyra a receber o selo TOPBOOKS, em 1995, veio de sua lavra como crítico literário: “Sincretismo / A poesia da geração 60 – 45 poetas”, antologia pioneira reunindo o melhor da geração literária de 1960 – uma das mais produtivas e criativas do século XX – e considerada ainda hoje importante fonte de referência sobre a arte e a literatura daqueles anos. Em 2009, Lyra, que tinha pós-doutorado em poética na Sorbonne, publicou no Jornal do Brasil uma resenha do livro “Daguerreótipos”, de Marcus Accioly, em que colocava o pernambucano como “um dos maiores poetas da Geração-60”. VEJA EM
http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2009/04/17/marcus-accioly-usa-sonetos-para-tratar-de-grandes-nomes-da-cultura/.
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