MORRE O POETA BRUNO TOLENTINO
[ Resumo do material publicado online pela imprensa
]
SÃO PAULO – Morreu nesta quarta-feira
[27 de junho de 2007], aos 66 anos, vítima de falência
múltipla de órgãos, o poeta carioca Bruno Tolentino.
Ele estava internado há um mês na Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
Tasso
Marcelo/AE
Bruno TolentinoOutra
obra sua premiada é "A balada do cárcere"
(Topbooks), que recebeu os prêmios Cruz e Sousa de
poesia, em 1996, e Abgar Renault, em 1997, este dado pela Academia
Brasileira de Letras. O livro se inspirou na experiência do
autor, preso na Inglaterra, em 1987, sob a acusação
de tráfico de drogas. Encarcerado na prisão de Dartmoor,
conhecida como "Ilha do Diabo", Tolentino foi libertado
22 meses depois, com o pedido de perdão do governo inglês,
que reconheceu ter sido ele vítima de uma injustiça.
Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino nasceu
em 12 de novembro de 1940 em uma tradicional família de Niterói,
e, sobrinho de Lúcia Miguel Pereira, biógrafa de Machado
de Assis, conviveu desde criança com grandes nomes da literatura
brasileira, como Manuel Bandeira, Cecília Meireles, João
Cabral de Melo Neto e Carlos Drummond de Andrade, entre outros.
Seu avô foi conselheiro do Império e fundador da Caixa
Econômica Federal, e Bruno aprendeu a falar inglês e
francês com fluência antes mesmo de ser alfabetizado
em português.
Ela saiu do Brasil em 1964 e morou por três
décadas na Europa, onde lecionou por 11 anos nas importantes
universidades inglesas de Oxford, Bristol e Essex, e publicou os
livros Le Vrai Le Vain (Paris, 1971), Au Colloque des
Monstres (Paris, 1973) e About the Hunt (Oxford, 1978).
Também se orgulhava de ter convivido com personalidades de
renome nas letras, como o dramaturgo irlandês Samuel Beckett
e os poetas W. H. Auden (inglês), Giuseppe Ungaretti (italiano)
e Elisabeth Bishop (americana).
Escritor, jornalista e professor, além
de poeta, ele ficou conhecido também por suas polêmicas
intelectuais - com os irmãos Campos, com Caetano Veloso,
com professores da USP... Desde que as letras de músicas
de Caetano Veloso viraram tese universitária, o baiano se
tornou um dos alvos preferidos do carioca, ao lado dos irmãos
concretistas Augusto e Haroldo de Campos, acusados, entre outras
coisas, de serem maus tradutores do inglês. Em entrevista,
Tolentino disse que polemizava não por se julgar dono da
verdade, mas "para provocar o contradito e o debate".
Tempos depois, ele fez as pazes com Caetano.
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