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A ALMA DO TEMPO / MEMÓRIAS

Hélio Jaguaribe
em "Imagem de Afonso Arinos", 2000

Afonso Arinos era um grande espírito universal, eminente em todos os domínios que abarcou, como humanista, jurista, historiador, ensaísta e homem público. A maturidade converteu  o ímpeto partidário de sua juventude num abrangente e sábio ímpeto público. Tornou-se extremamente tolerante, no que se refere a legítimas divergências de ideias e de posições políticas, dentro de uma grande intransigência em tudo o que se referisse à moralidade da conduta e do interesse público.

Mantive com ele, nos últimos anos de sua vida, um frequente convívio. Sua conversação, como a de Goethe, abrangia, com alta competência e extrema lucidez, todos os domínios das humanidades. Tinha um profundo sentido histórico-sociológico dos eventos nacionais e internacionais, como o revelam seus ensaios e escritos mas, particularmente, sua conversa, a que faltou um Eckerman para gravá-la.

Tive o prazer de contribuir para que Afonso Arinos se candidatasse, nos seus últimos anos, a uma cadeira de senador pelo Rio de Janeiro, e fosse confortavelmente eleito. Exerceu a senatoria com aquela combinação de energia, de serenidade, de superior competência e de lucidez que o caracterizava. Dele guardo, saudosamente, a mais alta recordação.

 

Josué Montello

A vida política concentrou sobre Afonso Arinos de Melo Franco a incidência de suas luzes, de tal modo que quase não permitiu que boa parte do público de língua portuguesa desse atenção também ao grande escritor que nele coexiste, harmonizado ao parlamentar, ao estadista e ao mestre de Direito Constitucional. Entretanto, se bem pensarmos, o que nele predomina, como faculdade fundamental, é a vocação do homem de letras, dos maiores da nossa língua e de nossa cultura.

Afonso Arinos de Melo Franco, grande ensaísta, brilhante crítico literário, notabilíssimo poeta, é também, e sobretudo, um extraordinário memorialista. O Chateaubriand de Mémoires d'outre tombe teria sido um de seus modelos, dada a frequência com que o leu e releu, se o mestre mineiro não tivesse uma personalidade marcante, capaz de criar o seu próprio processo, harmonizando a recordação e as letras na página evocativa.

Em sucessivos volumes, que se iniciaram com A alma do tempo, em 1961, Afonso Arinos de Melo Franco repassou os seus dias distantes e próximos com um modo novo de escrever memórias. Em vez de sucessão cronológica, vindo de seu passado para o presente, ele fez do presente o pretexto para retroceder ao passado – de tal forma que o diário e as memórias se confundem, na astúcia da mesma página admirável.

Quem leu Um estadista da República ali se defrontou com páginas realmente antológicas, quer como estilo, quer como narração. Mas suponho que é na poesia da recordação pessoal que Afonso Arinos de Melo Franco encontrou o tom melhor de sua obra de escritor. A vida vivida, captada pelo expositor comovido, permitiu-lhe a concordância exata do tema e da expressão irretocável. E daí certamente a poesia de sua prosa na codificação dessas páginas, aglutinadas agora num único volume em papel bíblia, com a intenção de que as tenhamos todas ao alcance da mão, para o instante das releituras.

Digo isso lembrando-me de um reparo de Paul Valéry, quando acentuou que, em literatura, o importante não é ser lido – mas relido.

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