"APRENDENDO A SER JUIZ: A ESCOLA DA
MAGISTRATURA DA JUSTIÇA DO TRABALHO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO",
DE ROBERTO FRAGALE FILHO
Aloysio Santos
Desembargador do TRT-Rio
Fico imensamente feliz e – por que não
dizer? – honrado em redigir este texto de apresentação
do livro de Roberto Fragale Filho. O autor é juiz do trabalho
e, considerada a sua performance na carreira, alcançou merecidamente
a titularidade do cargo. As realizações na área
da docência e a sua personalidade forte, mas sensível,
também evidenciam uma invejável capacidade de produzir
com qualidade e eficiência, como a obra bem-vinda a lume agora.
Os julgados proferidos e sua atuação no magistério
têm sido motivo de justa satisfação de seus
colegas, e fonte de referência para quem procura conhecimento
jurídico. Ecce homo – diria em bom latim.
Li a obra no original e gostei. Atribuo isso
ao modo de examinar e apresentar a matéria, que, sob sua
visão, ganha importância e seriedade. Fragale explora,
neste livro, a trajetória histórica da Escola de Magistratura
do TRT da 1ª Região ao reescrever o passado, salpicando
aqui e ali elementos sociológicos, administrativos e filosóficos
ligados à Escola.
Ao entrevistar antigos dirigentes e ex-alunos
da Ematra-RJ e registrar suas declarações, o autor
materializou o que estava apenas na memória de uns poucos
personagens dessa história, e pôs à disposição
dos estudiosos elementos de pesquisa que embasaram os fatos ocorridos
há mais de 20 anos no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª
Região.
Quando se dedica ao exame do Projeto Ematra-RJ,
procura descortinar o passado e ser o elo que unirá essa
fase do órgão acadêmico ao futuro da magistratura,
já que, nesse ponto do relato, o autor assume a posição
de crítico social sinalizador do caminho à frente.
Fragale não se fez de rogado, indo até
onde a sua responsabilidade, como cultor do direito, o credencia.
Admite mazelas – malgrado proponha significativas retificações
– nos cursos de formação inicial, continuada
e, inclusive, pré-admissão na carreira, apresentando
sugestões para aperfeiçoar-lhes os currículos,
sempre tendo em vista a “socialização do conhecimento”.
Realiza tudo isso com técnica acurada.
E vai ao futuro, encerrando habilidosamente o
ciclo: o ontem, o hoje e o amanhã. Partindo do fato concreto
de que a escola dever ser o locus de um aprendizado voltado para
quem aspira à carreira da magistratura, o autor ensaia métodos
de reflexão sobre o destino das escolas (no plural) de magistratura,
sem se colocar na posição de mestre dos gestores desse
tipo de organização... e não deixa de lado
a sua responsabilidade de estudioso e envolvido no mister de aprimorar
a magistratura obreira do estado do Rio de Janeiro e de alhures.
Assim, Aprendendo a ser Juiz: A Escola da
Magistratura da Justiça do Trabalho no Estado do Rio de Janeiro
se torna uma ferramenta indispensável àqueles que
pretendam aprimorar seus conhecimentos acerca do histórico
das Escolas de Magistratura, do seu contemporâneo modus operandi
e do seu papel na futura sociedade a porvir.
|