A VIAGEM DE BEDIAI, O SELVAGEM - E O VOO
DAS BORBOLETAS NEGRAS
Um jovem, após anos no exterior,
retorna ao Brasil. Aqui, descobre um diário de viagem do
pai documentarista, falecido no ano da queda do Muro de Berlim.
Embora se trate de papéis avulsos, decide divulgá-lo.
Esse diário é um retrato do confronto entre a velha
empresa extrativista – ciclo da borracha, da castanha –
e a nova empresa capitalista – projetos agropecuário,
madeireiro, de mineração, as grandes rodovias –
na Amazônia. Enfim, os anos 70 do século passado, a
chamada Era da Destruição da Amazônia.
Na verdade, A viagem de Bediai, o selvagem
é uma reportagem histórica, com viés ficcional
(por razões óbvias), envolvendo os personagens ícones
que dominaram a região naqueles anos: os sertanistas Orlando,
Cláudio e Leonardo Villas-Bôas (irmãos) e Chico
e Apoena Meireles (pai e filho); o sindicalista e ativista ambiental
Chico Mendes; o antropólogo e político Darcy Ribeiro;
o bispo emérito de São Félix do Araguaia, D.
Pedro Casaldáliga, hoje com 86 anos – além de
seringueiros e, principalmente, os índios, com os quais o
autor conviveu por mais de 40 anos.
A singularidade desta obra, em relação
a quaisquer outros livros sobre a Amazônia, é a narração
inédita do primeiro contato entre os chamados agentes da
civilização – sertanistas, mateiros, guias aculturados
– com povos primitivos em estado de cultura pura. Povos que
usavam (e ainda usam) o machado de pedra, não conheciam o
beijo, e faziam amor por trás. E mais: separados de nós,
ditos civilizados, por 9 ou 10 mil anos.
Edilson Martins participou dos contatos
com quatro nações indígenas nessas condições:
os Zoró, em Rondônia; os Avá-Canoeiro, na Ilha
do Bananal, em Goiás, com os sertanistas Apoena Meireles
e Zé Bel; os Kreen-Akarore, no vale do rio Teles Pires, em
Mato Grosso, com os irmãos Villas-Bôas; e os Waimiri-Atroari,
no Amazonas, com Gilberto Pinto e Apoena, no início da construção
da rodovia BR-l74, que liga Manaus a Caracas, no governo Médici.
Como disse Orlando Villas-Bôas, “Edilson
Martins, por sua vivência profissional e sagacidade de observação,
tem tudo para produzir a mais desconcertante e inconveniente reflexão
sobre as violências contra a Amazônia e o genocídio
contemporâneo de nossos índios. Essa dívida
terá que ser paga, um dia, por todos nós”.
FRASES SOBRE O AUTOR
Não sei de nenhum outro jornalista
mais dedicado ao índio brasileiro do que Edilson Martins,
e de nenhum livro atual que acompanhe mais do que este os últimos
Passos da Cruz do aborígine brasileiro.
Antônio Callado
(sobre Nossos índios, nossos mortos)
É preciso ler o livro do Edilson.
Livro advertência. Como teria sido necessário que há
50 anos alguém chamasse a atenção do Brasil,
assustasse o Brasil, para o absurdo que era acabar com a mata mais
pujante, mais rica da terra, que era a mata do vale do Rio Doce!
Darcy Ribeiro
(sobre Amazônia, a última fronteira)
Edilson Martins é um escritor a
serviço da parcela mais explorada de nosso povo. Dom Pedro
Casaldáliga é um cristão que se faz semente
de libertação no Araguaia. O encontro dessas duas
figuras, nas entranhas da Amazônia disputada pela voracidade
das multinacionais, resultou nessa obra escrita com sangue. Eis
aqui o livro que melhor sintetiza as contradições
do Brasil atual.
Frei Betto
(sobre Nós, do Araguaia)
Este livro de Edilson Martins é
uma grande oportunidade para que as novas gerações
compreendam o papel de Chico Mendes e saibam interpretá-lo
em meio aos novos desafios que nos esperam na floresta.
Fernando Gabeira
(sobre Chico Mendes – Um povo da floresta)
Chico Mendes, verde guerreiro, lendo estas páginas
– os textos de Edilson Martins – lembro como você
nos falava do seu amor aos bichos, às árvores e aos
índios. Este livro, Chico, é o teu legado, uma lição
de vida.
Carlos Minc
(sobre Chico Mendes – Um povo da floresta)
|