GUERRA DO BRASIL – CONTOS DA GUERRA
DO PARAGUAI
Marcelino Freire
Não é de hoje que SYLVIO
BACK apronta. Luta, trincheira. Um guerreiro. Desses grandes
brasileiros. Dos raros que admiro. No cinema, nem basta que eu diga.
Clássicos, uns tantos, a perder de vista.
Na poesia, enfrentou batalhas carnais. Explico:
são dele alguns dos melhores poemas eróticos de nossa
literatura. Língua solta a do cabra! Uma metralhadora erótica,
digamos, e bora embora.
Agora, eis que o incansável artista resolve
enfrentar outro campo, um novo gênero. Faz a sua estreia,
no conto, com este corajoso GUERRA DO BRASIL (título,
inclusive, de filme feito por ele em 1987). Volume – vale
destacar – fortemente ilustrado pelo grande Cárcamo.
Li essas narrativas faz tempo. Tomamos, lembro,
um café no centro de São Paulo. Os olhos de Sylvio
faiscavam, empolgados, me contando de seus contos, ora reunidos.
Gosto disso. Desse entusiasmo. De quem tem sangue, assim, para derramar.
Sem meios termos, sem delongas. O autor vem para tocar em assunto
fronteiriço: a Guerra do Paraguai.
Eta danado! Ai, ai... Que feridas extrair deste
livro? Qual visão? Qual recordação? Quais imagens
virão, dessa vez na ficção escrita, do cineasta
que já falou de Yndio do Brasil e de A Guerra dos
Pelados e de conflitos outros, enfim, assado?
Sylvio traz as mesmas armas para essa Guerra
do Brasil. Em se tratando dele, não podia ser diferente.
Ataca, sem piedade, a nossa hipocrisia. Cutuca o nosso jeitinho
retardado, displicente. Não usa de diplomacia, usa de poesia.
É, sobretudo, um livro de linguagem (febril e bela) e maravilha!
Uma vingança a cada parágrafo.
Cuidado, caro leitor. O autor não poupa
ninguém.
Sylvio é um Back. Dos bons.
Vida longa para ele, aleluia, salve, salve, saravá,
amém!
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