| MACHADO, ROSA & CIA. / ENSAIOS SOBRE 
              LITERATURA E CULTURA Antonio Carlos Secchin Os dezesseis ensaios reunidos em Machado, 
              Rosa & Cia. – Ensaios sobre literatura e cultura, 
              de José Maurício Gomes de Almeida, confirmam superiormente 
              as qualidades estampadas em seu livro anterior, A tradição 
              regionalista no romance brasileiro (2a edição, 
              Topbooks, 1999), a saber: uma inteligência analítica 
              apta a desvelar sentidos potenciais das obras estudadas; um discurso 
              crítico que não se sobrepõe a seu objeto, nem 
              o toma como pretexto a digressões de qualquer natureza; uma 
              atenção matizada aos elementos sociais, flagrados 
              antes sob a ótica própria e transformadora do artista 
              do que sob a perspectiva de um determinismo prévio e redutor. O estilo cristalino da elocução 
              e a solidez do raciocínio argumentativo, mesclada a um entusiasmo 
              a custo contido, são marcas reiteradas dos ensaios de José 
              Maurício. Seus estudos convocam a sensibilidade alheia a 
              partilhar o quinhão de beleza trazido à luz pela aguda 
              prospecção do ensaísta. Ressalte-se, ainda, 
              que ele não lavra apenas em terreno consolidado. Para além 
              das densas incursões a nomes canônicos, de que resultaram 
              estudos do mais alto nível, a exemplo das leituras dedicadas 
              a O alienista e a Buriti, somos brindados com uma consistente 
              reavaliação das obras de Jorge Amado e de Coelho Netto, 
              escritores de que se fala mal sem que, em regra, os detratores se 
              dêem à elementar precaução de percorrê-los. Se, em nota preliminar ao volume, o autor observa 
              que os prefácios devem ser curtos, com mais razão 
              devem ser sumárias as orelhas. Olhos à obra, leitor! 
              Mas não sem que antes eu reproduza uma das interjeições 
              mais características de José Maurício: Rapaz! 
              Que livro bom! |