"UM MUNDO PARALELO", DE MASAYUKI 
              FUKASAWA 
            Este livro já mereceu dois prêmios 
              literários e permite aos leitores partilharem do cotidiano 
              de muitos que, premidos pelas circunstâncias, vão ganhar 
              o seu sustento em terras estranhas, com suas tristezas, sofrimentos, 
              angústias e alegrias. 
            O autor e sua mulher, que viviam no Brasil, voltaram 
              para sua terra natal e foram conviver com brasileiros e trabalhadores 
              estrangeiros, labutando como eles, numa cidade conhecida como “dos 
              brasileiros", Oizumi, província de Gunma, Japão. 
            O livro fornece o cenário realista dos 
              acontecimentos. Não é uma ficção, mas 
              um retrato. O olhar desenvolvido com a experiência de um jornalista, 
              somado aos conhecimentos de sociologia, permitiu ao autor captar 
              os muitos dramas humanos que se desenrolaram, cobrando um alto custo 
              dos envolvidos. 
            A mídia fala dos dekasseguis, pesquisas 
              estão sendo publicadas, mas o cotidiano de suas vidas ainda 
              é pouco conhecido. A convivência de um casal com eles 
              fornece novos prismas de observação, sugerindo que 
              existem alguns mitos nas versões correntes. 
            Atribui se parte substancial das dificuldades 
              dos dekasseguis ao desconhecimento da língua e dos 
              costumes locais. Alguns casos relatados indicam que todos que não 
              se ajustam aos rígidos padrões de comportamento dos 
              japoneses são discriminados socialmente, mesmo entre eles. 
            É dramático quando se constata 
              que, na volta de muitos deles ao Brasil, os problemas são 
              superiores aos dos ajustamentos em terras estranhas. E, tudo indica, 
              não se restrigem aos que vão trabalhar no Japão, 
              mas também nos Estados Unidos, Europa e outras localidades, 
              passando a ser um drama humano universal dos imigrantes. 
             
              O autor, o sociólogo e jornalista japonês Masayuki 
              Fukasawa, 36 anos, nasceu na Província de Shizuoka e completou 
              seus estudos na Faculdade de Letras e Ciências Humanas da 
              Universidade de Mie, Japão. Como relata neste livro, trabalhou 
              no Japão numa época em que a economia japonesa passava 
              por grande prosperidade. Era a "bolha", quando a cifra 
              de milhões de dólares era corriqueira em qualquer 
              negócio. Como Fukasawa sempre teve curiosidade sobre a forma 
              de viver em outros países, veio para o Brasil em 1992, para 
              trabalhar como jornalista. 
            Conheceu a vida do bairro oriental da Liberdade, 
              em São Paulo. Acabou casando-se com Masako, interessada na 
              música brasileira. Em 1995, o casal decidiu retornar ao Japão. 
              Tinham interesse em conhecer a vida dos dekasseguis naquele 
              país. E lá viveram, convivendo com os trabalhadores 
              estrangeiros por cerca de três anos e meio, como se fossem 
              dois deles. Participaram do cotidiano destes brasileiros no exterior, 
              seus sofrimentos, suas tristezas e alegrias. 
            Esta valiosa experiência tornou se a base 
              deste livro, e agora pode ser partilhada com os leitores. Esta versão 
              foi traduzida para o português e atualizada até o momento 
              da comemoração do pentacampeonato mundial da seleção 
              brasileira de futebol no Japão. 
            O livro foi publicado em japonês, no Japão, 
              pela editora Ushio. Recebeu o prêmio de melhor livro não 
              ficção no Concurso Literário daquela editora, 
              em junho de 1999. Recebeu, ainda, o Prêmio Literário 
              da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, em outubro de 2000. 
            O casal voltou a morar no Brasil em abril de 
              2001. 
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