WhatsApp:  (21) 98563-3713
COMPRAS      
 
TOPBOOKS - EDITORA E DISTRIBUIDORA DE LIVROS

Topbooks 30 anos

A Editora Imprensa Homenagens Especiais Destaques Recomendados e-Books Como comprar Fale conosco Início do site
30livrosA10reais
CATÁLOGO RESENHA
 
 
 
Instagram
 
WhatsApp:
(21) 98563-3713
TOPBOOKS - Editora e Distribuidora de Livros

A CORAGEM DE ACEITAR AS PRÓPRIAS LIMITAÇÕES

Em Como Deixei de Ser Deus, Pedro Maciel trata de amor, morte e tempo

Francisco Quinteiro Pires

Pedro Maciel deixou de ser Deus. É difícil. Tem de ser corajoso para chegar a tanto, segundo o escritor mineiro. "Porque todo mundo se acha um Deus", diz. O ser humano não nasce pronto. Ele aprende, se desejar e com bastante esforço, a criar os seus traços humanos. "As pessoas estão esquecendo que são mortais", ele dá um exemplo. "Gostaria que o meu livro ajudasse o leitor a encontrar a sua essência". Maciel encontrou a própria. O resultado dessa experiência árdua e gratificante está em Como Deixei de Ser Deus, o seu novo romance.

Integrante de um conjunto de quatro obras, Como Deixei de Ser Deus (Topbooks, 150 págs., R$ 29) pode ser definido como o Bildungsroman – romance de formação – de um personagem que aceita, com o tempo, as inerentes limitações. Essa aceitação não é óbvia nem fácil, uma vez que, por efeito das desilusões, mesquinharias e dores da vida, os indivíduos tendem a se desumanizar enquanto envelhecem, segundo Maciel, que não revela a idade. Existe um intervalo entre o sonho e a realização. "Sou parecidíssimo com o que sonhei, por isso deixei de ser Deus".

A busca desse ficcionista, desde a sua estreia com A Hora dos Náufragos (Bertrand Brasil), em 2006, é pela originalidade. O primeiro e o segundo romances de Pedro Maciel foram elogiados por autores de peso, e de diferentes estilos, como Ivan Lessa, André Sant'Anna, Antonio Cicero, Moacyr Scliar e Luis Fernando Verissimo, cronista do Caderno 2. O poeta Ferreira Gullar escreveu comentários para o inédito Retornar com os Pássaros, livro cujo lançamento está previsto para o ano que vem. Com Previsões de um Cego, Maciel completa uma série de quatro ficções sobre uma delicada trinca de temas: o tempo, a morte e o amor.

"Toda literatura é uma reescritura dos amores, dos tempos e das mortes". Não seria diferente em Como Deixei de Ser Deus, do qual ecoam referências diversas, da filosofia à literatura, e em que ressurgem Machado de Assis, João Guimarães Rosa, Platão, Heráclito, Samuel Beckett, Leonardo da Vinci, Fiódor Dostoiévski e outros autores. "Este livro também tem a ver com a cabala, a mandala, o Alcorão, a Bíblia e a minha história pessoal".

Por causa do ritmo – característica nuclear da música, da poesia, da prosa e da vida, segundo o autor –, o seu livro "é tão sonoro que pode ser lido de olhos fechados". "Às vezes tenho a sensação de que ele deveria ser ouvido e não lido". A narrativa do romance é fracionada, composta de fragmentos de aforismos. "Não quero recriar o esquema narrativo criado por outros", diz. "Você pode abrir Como Deixei de Ser Deus em qualquer página, ler um fragmento e fechá-lo".

Os fragmentos são formados por frases em negrito e itálico. As passagens negritadas, ele explica, representam a voz de um narrador. As grifadas podem tanto ser a citação de um pensamento alheio como a fala de um personagem em delírio. Os pequenos textos têm uma numeração, desenvolvida aos saltos: o enredo começa no número 3, em seguida pula para o 7 e vai desse modo até o fim, no número 2.046, que representaria a morte do protagonista, cujo nome não é revelado.

Pedro Maciel afirma ser o seu um romance arraigado na atualidade. Ele compara a estrutura do livro ao "esqueleto de um tubarão". "Eu tirei todo o resto por causa do nosso tempo, tempo do Twitter e seus 140 caracteres, tempo do e-mail, mais breve e rápido que uma carta". Para o escritor mineiro, hoje um romance de 500 páginas é uma redundância.

Ele aposta na inteligência e sensibilidade do leitor. Conta que, depois de enviar os originais de Como Deixei de Ser Deus a um escritor, eles chegaram às mãos do dono de um grande editora brasileira. "Ele disse que o livro era maravilhoso, mas não saberia em que prateleira colocá-lo". A dificuldade de classificação foi o maior elogio que Maciel diz ter recebido. "Às vezes os editores são conservadores, ao contrário dos leitores".

Com imagens de obras do artista plástico Cildo Meireles – Desvio para o Vermelho ilustra a capa –, Como Deixei de Ser Deus deseja comover o leitor enquanto lhe oferece a possibilidade de entender a consciência dessa comoção. "O que resta nos além da emoção? A emoção é tudo".

O ESTADO DE S.PAULO
25/10/2009

Leia mais:

Deixe de ser Deus

Como deixei de ser Deus

Fabulário da descrença

Romance é obra cult que se presta a múltiplas interpretações

Cosmologia irônica

Obra original vasculha a linguagem

"Como Deixei de Ser Deus" provoca a sensibilidade do leitor

Pedro Maciel fala a língua dos deuses

Dio era Brasiliano

Amanhã fica pra amanhã

Cuando Jano dejó de ser un Dios

Privacidade

Envio de originais

Mensagem do Editor

Topo Início Anterior
TOPBOOKS EDITORA E DISTRIBUIDORA DE LIVROS LTDA.
Rua Visconde de Inhauma, 58 - Sala 203 - Rio de Janeiro - CEP 20091-000
Telefones: (21) 2233-8718 ou (21) 2283-1039
Copyright © Topbooks, 2003 - 2024 - É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização - Projeto QV